Dados do Imposto de Renda mostram distorções na tributação das pessoas físicas no Brasil

Os brasileiros mais ricos pagam proporcionalmente menos imposto de renda e têm uma parcela muito maior de rendimentos livres da cobrança do tributo. É o que mostra a “Pirâmide do IR”, uma calculadora elaborada pelo G1 a partir dos dados mais recentes disponibilizados pela Receita Federal.

A base de dados refere-se ao universo de 28 milhões de declarantes do Imposto de Renda Pessoa Física no ano passado e revela a dimensão da desigualdade de renda no país e diferenças do atual modelo de tributação entre as classes sociais.

Os 1,62% mais ricos detém quase metade das isenções de IR. Dos R$ 844 bilhões de rendimentos que ficaram livres da cobrança do tributo no ano passado, R$ 390,5 bilhões, ou 46,27% do total, ficaram concentrados nas faixas daqueles com renda acima de R$ 52.800 por mês ou acima de R$ 633,6 mil por ano.

Essa elite de 324 mil brasileiros das últimas 5 faixas do topo da pirâmide recebeu 22,7% de toda a renda declarada ao Fisco em 2017, ao passo que o valor de IR cobrado nessas faixas correspondeu por 16,2% da mordida total do tributo.