Oficiais com salário de R$ 22,8 mil estão entre presos em ação contra corrupção na PM de MS

Entre os investigados por corrupção na Operação Oiketikus estão policiais militares de alta patente, que ocupam cargos de chefia na Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e têm salários mensais de R$ 22.851,93. Realizada pela Corregedoria da PMMS e pelo Gaeco, a ação policial é mais uma ofensiva contra a chamada ‘Máfia dos Cigarreiros’.

Admilson Cristaldo Barbosa, comandante do 11º Batalhão da PMMS, em Jardim, e Luciano Espíndola da Silva, comandante da 1ª Companhia Independente da PMMS, em Bela Vista, ocupam o posto de tenente-coronel e ganham 22,8 mil reais por mês só de rendimento fixo.

Oscar Leite Ribeiro, major, é comandante da 2ª Companhia Independente da PMMS, também em Bela Vista, e tem rendimento fixo de R$ 19,8 mil.

Mesmo com os altos salários, os três estão entre os investigados que tiveram prisão decretada nesta quarta-feira (16) durante a operação. Segundo informações oficiais do Gaeco, todos são suspeitos de integrar uma “organização criminosa composta por policiais militares que atuam na facilitação do contrabando de cigarros”.

CPA-3 e ‘ótimo relacionamento’

Conhecido na tropa como ‘Chico Bento’, o tenente-coronel Admilson Cristaldo Barbosa chegou à sede da Corregedoria da PMMS encaminhado por colegas de farda. Segundo dados oficiais do Governo do Estado no Portal da Transparência, além da remuneração fixa de mais de 22 mil reais, ele recebe ganhos eventuais de R$ 2.506,60.

O tenente-coronel Luciano Espíndola da Silva recebe por mês os mesmos R$ 22.851,93 mais remunerações oficiais que, no último mês, chegaram a R$ 9.432,18, segundo o Portal da Transparência do Governo Estadual de Mato Grosso do Sul.

Já o major Oscar Leite Ribeiro tem salário fixo de R$ 19.464,15, e no último mês recebeu de remuneração eventual mais R$ 200,00. Os três oficiais comandam unidades na área do CPA-3 (Comando de Policiamento de Área 3).

Segundo informações oficiais da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, os dois tenentes-coronéis formaram juntos no Rio de Janeiro, na turma de 1997 da Academia de Polícia Militar Dom João VI, e “possuem um ótimo relacionamento”.

Em nota enviada à imprensa, o Gaeco confirmou que cumpriu 19 mandados de prisão preventiva, 1 mandado de prisão temporária e 45 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da Auditoria Militar.

‘Rota cigarreira’ 

A megaoperação contou com a participação de cerca 125 policiais militares e nove promotores de Justiça.