O futuro governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), estuda colocar três aeroportos de Mato Grosso do Sul na lista de unidades a serem privatizadas e, para vencer a resistência do mercado quanto a unidades com menor movimentação de passageiros, estuda os colocar em um “pacote” que contemplaria, ainda, um dos terminais mais movimentados do Brasil: o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
O projeto foi revelado em reportagem do jornal Valor Econômico, que aponta um plano do Governo Bolsonaro para continuar com as concessões de aeroportos, transferindo 44 terminais ainda sob o comando da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) para a iniciativa privada. O total de aeroportos é o restante após o leilão agendado para 15 de março de 2019, o próximo. A partir daí, seriam abertas concorrências em três blocos, o primeiro deles em 2020.
Entre 2021 e 2022 seria aberta a concessão do segundo bloco. Em todos os casos, terminais considerados de grande interesse comercial, como Congonhas e Santos Dumont (Rio de Janeiro), seriam os puxadores dos blocos de licitação, que contariam ainda com aeroportos deficitários. Com os certames, espera-se um investimento de R$ 10 bilhões na modernização de pistas, pátios de aeronaves e terminais de passageiros.
O esboço foi formulado pelo PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) e a Secretaria de Aviação Civil, sendo discutido na equipe de transição do governo federal. O futuro ministro de Infraestrutura é o atual secretário de Coordenação de Projetos do PPI e deu declarações favoráveis à privatização de toda a rede aeroportuária. Além disso, o esquema já foi levado à Global Airport Delelopment, feira internacional do setor aeroportuário realizada em Hamburgo (Alemanha), onde teria agradado.