Hoje o mundo todo lembra de um dos maiores desafios que ainda persistem em todas as sociedades: a violência de gênero. 25 de novembro simboliza o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher. A origem da data – o assassinato brutal das irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa na República Dominicana na década de 1960 – mostra que o cenário atual não é tão diferente assim.
Durante essa semana, Campo Grande expôs um esquema obscuro de assassinatos ligados à exploração sexual, vulnerabilidade e uso de drogas. Entre as sete “ossadas” encontradas das vítimas de ‘Nando’ e seus comparsas, quatro são de mulheres. E os casos não param de aparecer: a sétima ossada de uma vítima do esquema de assassinatos foi encontrada na manhã desta sexta-feira (25).
Também nessa semana, uma denúncia de suposta agressão expõe o machismo intrínseco nos espaços de poder. A vereadora de Porto Murtinho, Maria Donizete dos Santos (PT), afirma ter sofrido agressões do colega de parlamento Edicarlos Oliveira (PSDB), na Câmara Municipal da cidade na manhã de quarta-feira (23).
Após um desentendimento entre dois – que inclusive foi motivado pela acusação de que o vereador seria machista -, Maria conta ter sido atingida com ‘uma porrada no peito’. Ela teria caído de costas, batido a cabeça no armário e machucado o cóccix. A vereadora foi ao hospital, fez exame de corpo de delito e registrou Boletim de Ocorrência. O vereador conta uma história diferente.
Apenas essa semana em questão, mostra que Mato Grosso do Sul ainda tem um longo caminho pela frente até deixar de ocupar a posição de 5º Estado com maior índice de violência contra a mulher. Dados do 10ª Anuário de Segurança Pública também colocam Mato Grosso do Sul no segundo lugar em índice de estupros a cada 100 mil pessoas, um registro de 2015.
Para a coordenadora do Nudem (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher) da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, Edmeiry Silara Broch Festi o principal de desafio é conseguir trazer a discussão sobre a violência desde a base. “É regulamentar a discussão de gênero na educação em todos os níveis, trabalhando sempre com a perspectiva da prevenção. Isso é algo que o Nudem tem feito, levando palestras sobre gênero e violência contra as mulheres para escolas, aldeias indígenas e universidades”, contou.