Após cinco meses de operação, cidade ainda sente impactos

Cinco meses depois de sete vereadores e o prefeito de Ladário serem afastadas por decisão da Justiça, após pedido do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPE-MS), ainda são sentidos os impactos das trocas que precisaram ser feitos. O presidente da Câmara Municipal Daniel Benzi (MDB) afirmou que verbas federais e prazos foram perdidos.

“A maioria da mesa diretora da Câmara foi presa. Uma semana antes da operação eles tinham eleito uma nova eleição da mesa para um novo biênio. Todos foram preso menos o presidente.  O Paulo Rogério, Agnaldo, Vagner e Augusto tinham composto a mesa”, informou.

Conforme apurado pelo Correio do Estado em novembro do ano passado, foram presos os vereadores Agusto de Campo(MDB), Lilian Maria de Moraes (MDB), Paulo Rogerio Feliciano Barbosa (PMN), Osvalmir Nunes da Silva (PSDB), André Franco Caffaro (PPS), Agnaldo dos Santos Silva Junior (PTB) e Vagner Gonçalves (PPS).

Conforme denúncia do MPE, apenas quatro vereadores com mandato não participavam do esquema de corrupção passiva e ativa, desvio de verbas e o pagamento de mensalinho do então prefeito, Carlos Anibal Ruso Pedroso, para compra de apoio político e aprovação de projeto de lei.

“Após a operação, o MPE encaminhou um documento pedindo para que fosse anulada a eleição da mesa, porque a maioria tinha sido afastada e também por parte das investigações ter concluído que houve compra de votos para a eleição da mesa e favorecimento do prefeito. Em razão desse pedido, foi anulada e na outra semana terá uma nova eleição”, informou.

Ainda de acordo com ele, a prefeitura foi mais prejudicada com o esquema de corrupção desmontado pelo MPE.

“O vice-prefeito, Iranil Soares, teve de entrar. Até tomar pé do que estava ocorrendo, veio o fim de ano, feriados, fazer novo processo de licitação. Como está tudo sob suspeita, teve de rever todos os contratos. A cidade já estava um caos, piorou”, afirmou o presidente do Legislativo.

Em fevereiro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) voltou às ruas de Ladário, em Mato Grosso do Sul, para combater crimes de desvio de dinheiro público, corrupção, falsidade e organização criminosa.

Na segunda etapa da Operação Terra Branca, a ex-secretária de Assistência Social e Administração da cidade Andressa dos Anjos Paraquett foi presa, no Rio de Janeiro. Além dele, já haviam sido presos a ex-secretária Andressa Moreira Anjos Paraquett e o então secretário de Educação, Helder
Naulle Paes.

“Com certeza, atrapalha e vem atrapalhando. A cidade já se encontrava caótica, não foi à toa que foram presas a ex-secretária de Administração e a ex-secretária de Assistência Social. Eu vejo com tristeza. Foram recursos que perdemos porque não se cumpriu trâmites”, reformou Daniel.

9 MAR 19 – 07h:00YARIMA MECCHI