Chuva inesperada no Pantanal contribui para o controle de focos de queimadas

A chuva que caiu na noite de segunda-feira e na madrugada de hoje no Pantanal de Corumbá, entre 10 a 30 milímetros por região, contribuiu para reduzir o número de focos de calor no município. A queimada mais intensa foi na região do Porto da Manga, Pantanal da Nhecolândia, a Leste de Corumbá, e foi controlada pela brigada do PrevFogo do Ibama e o Corpo de Bombeiros, com a contribuição da garoa que caiu na madrugada.

“Foi um trabalho intenso de quatro dias na região da Manga e a chuva finalizou o serviço que já estava no rescaldo”, informou o gerente estadual do PrevFogo, Bruno Águeda, que atuou no local com 27 homens, além dos bombeiros. Com a chegada da chuva, não prevista pelos pantaneiros, a maioria dos focos perdeu força e foi extinta. “Choveu pouco, mas praticamente em todo o Pantanal”, disse Luciano Leite, presidente do Sindicato Rural de Corumbá.

Brigadistas combateram incêndio na Manga durante quatro dias

Chuva salvadora

No último dia de combate do fogo na Manga o Ibama contou também com o apoio logístico do Exército. A grande preocupação era a expansão dos focos em direção à comunidade ribeirinha do Rio Paraguai, onde residem cerca de 200 pessoas, que vivem da pesca. O fogo chegou a cerca de 100 metros do vilarejo e os moradores conseguiram o apoio de maquinários de uma empreiteira para limpar a área em torno das casas de madeira construídas sobre palafitas.

Focos na região da Manga se expandiu da morraria em direção ao Rio Paraguai

“A chuva foi a nossa salvação”, contou Delson Pereira, 55, dono de um bar e antigo morador do Porto da Manga. “O pessoal do PrevFogo e dos Bombeiros fez um grande trabalho, mas os moradores ficaram apavorados com o fogo se aproximando”, acrescentou ele. “Moro aqui há mais de 30 anos e nunca vi um incêndio como esse na região, não sabemos como ocorreu.”

Bodoquena

O Porto da Manga fica situado na MS-228, rodovia que integra a Estrada-Parque do Pantanal, juntamente com a MS-184. O fogo se alastrou por toda a planície, entre a morraria do Urucum e o Rio Paraguai, de um lado, e a Estrada-Parque e a BR-262, do outro. Foram queimados cerca de 1.600 hectares, segundo laudo pericial do Ibama. As causas estão sendo apuradas pelo órgão federal. “A natureza não põe fogo”, afirmou o morador Delson Pereira.

Conforme informações da Defesa Civil do Estado e do Ibama, o fogo que era intenso na reserva dos índios Kadiwéus, na Serra da Bodoquena, também foi controlado no entorno da Aldeia Alves Ferreira, em Bodoquena. O Ibama ainda mantém a patrulha na região da Aldeia São João, em Bonito. Também foram debelados, após quatro dias, os focos no Morro do Chapéu, Pantanal do Jacadigo, em Corumbá, onde foram queimados 600 hectares.

Texto: Sílvio de Andrade – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)

Fotos: Edemir Rodrigues e Ibama