Com índices de contaminação de mais de 60%, frigoríficos têm regras mais rígidas

Com índice de contaminação que supera os 60% em unidades frigoríficas do Estado, os Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Economia (ME) e da Saúde (MS) definiram em portaria conjunta as medidas destinadas à prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da covid-19 nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano e laticínios. O objetivo da norma, elaborada após conversas com o Ministério Público do Trabalho, é garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores, o abastecimento alimentar da população, os empregos e a atividade econômica.

A dinâmica laboral nesses ambientes fechados, de temperatura controlada, com regras específicas para renovação do ar e concentração em média de 2 mil funcionários por planta vem chamando atenção, nos últimos meses, pela ligeira ascensão de casos da covid-19, situação que inspira ainda maior cuidado por ser um segmento essencial da cadeia alimentar mundial. No Estado a contaminação chegou a 95% em alguns destes locais.

Na planta industrial da Seara Alimentos Ltda. (JBS) em Dourados, cerca de 95% dos trabalhadores foram submetidos ao exame RT-PCR para detecção da doença. A unidade tem aproximadamente 4,3 mil empregados, dos quais 4.079 passaram por teste, inclusive os assintomáticos.

Desde o primeiro caso confirmado de covid-19 na JBS, em 13 de maio, pelo menos 1,6 mil trabalhadores foram afastados. Em um primeiro momento, a empresa distanciou 450 funcionários, entre gestantes, idosos, com doenças crônicas e indígenas. Até hoje, foram contabilizados 1.033 trabalhadores infectados, sendo 369 recuperados e que retornaram ao trabalho e outros 541 que reiniciaram as atividades na quinta-feira (18).

Já na planta industrial da BRF S.A. (fusão entre Sadia e Perdigão) em Dourados, houve a confirmação de 44 trabalhadores infectados pelo novo coronavírus, sendo 28 recuperados e 263 afastados.