Rogério Ceni tentou incessantemente se recuperar da ruptura do ligamento tíbio-fibular do pé direito, com tratamento intensivo no CT da Barra Funda, mas desistiu na sexta-feira. No desembarque do São Paulo em Goiânia, neste sábado, véspera do confronto com o Goiás, no Serra Dourada, pela última rodada do Campeonato Brasileiro, o M1to deu detalhes dos dias finais e revelou que chorou sozinho.
O ídolo atuou pela última vez no dia 28 de outubro, na derrota por 3 a 1 para o Santos, pela semifinal da Copa do Brasil, na Vila Belmiro. Depois disso, perdeu seis jogos do Brasileirão e não voltou mais a campo até a aposentadoria, apesar de ter tentado retornar antes sem sucesso.
– Eu também já chorei bastante, passando esses últimos dias sozinho no CT e arrumando as coisas no meu quarto, onde moro há 22 anos lá dentro. Não moro, mas concentro há 22 anos no mesmo quarto. Faz parte da vida. Tudo tem um começo, meio e fim. Como atleta esse fim chega amanhã (domingo), mas tenho mais do que tudo agradecer. Não é todo atleta que consegue chegar a quase 43 anos jogando num clube como é o São Paulo. Fico triste por parar, mas fico olhando para trás e sou feliz pela vida ter me propiciado tudo isso – disse.
O goleiro disse estar de coração partido por não poder atuar em uma partida final oficial, cujo resultado definirá a classificação ou não do São Paulo para a Libertadores de 2016. Mas olha satisfeito para a trajetória construída ao longo dos 25 anos de Tricolor.
– Me corta o coração. Se for olhar os últimos 30 dias, você fica revoltado com a situação em que você se colocou, mas se você olhar os últimos 25 anos, você agradece a Deus todos os dias por ter levado tudo. Uma pena que tive aquela lesão com um minuto de jogo (em dividida com Lucas Lima). Não pude nem aproveitar aquele jogo de 28 de outubro. O destino é algo que foge ao nosso controle. A minha contribuição que posso fazer estou tentando, quero que se concretize com um empate ou uma vitória amanhã (domingo) – afirmou.
– Quando tive a lesão achei que fosse uma coisa grave, mas não que demorasse tanto tempo para curar. Sempre tive uma boa recuperação de lesões, mas rompeu esse ligamento tíbio-fibular e é uma coisa… O tornozelo incomoda demais. Tentei voltar a treinar, estou com muita dor. Insisti na dor, ontem (sexta) amanheceu muito dolorido. Eu não tinha condições de treinar. Joguei o rachão, meio ali parado, com o pessoal, mas sem condição nenhuma de jogo. Seria muito egoísmo da minha parte tomar uma decisão de estar em campo sem ter o mínimo de condição – encerrou.
O contrato do goleiro acaba no dia 10 de dezembro. No futuro, ele admitiu o desejo de passar um tempo com Juan Carlos Osorio, na seleção do México, para pegar experiência e possivelmente um dia trabalhar como treinador.
Sem Ceni, o São Paulo vai a campo contra o Goiás provavelmente com: Denis; Bruno, Lucão, Edson Silva e Carlinhos; Hudson, Thiago Mendes, Michel Bastos e Ganso; Alan Kardec e Pato.