A polícia do Paraguai realiza nesta quarta-feira (24) a reconstituição da morte do narcotraficante Jorge Rafaat Tounami. Ele foi executado com tiros de metralhadora antiaérea calibre .50 numa emboscada cinematográfica no início da noite do dia 15 de junho. Na ocasião, dezenas de seguranças do Rei da Fronteira, como ele era conhecido, trocaram tiros com a quadrilha que promoveu o atentado, um caso relacionado à disputa pelo comando do tráfico de drogas e armas na fronteira com o Brasil.
Nesta tarde, investigadores e policiais fortemente armados andam pelas mesmas ruas em que, há dois meses, o Hummer blindado de Raffat percorria até ser interceptado por seus matadores, que utilizaram uma caminhonete roubada para adaptar a metralhadora calibre .50. O violento atentado ocorreu em Pedro Juan Caballero, a 500 metros de Ponta Porã, município sul-mato-grossense a 313 quilômetros de Campo Grande.
Desde o crime, essa é a primeira vez que as autoridades promovem uma reconstituição em campo. O brasileiro Sérgio Lima dos Santos, de 34 anos, foi preso no dia do ataque, depois de ser atendido num hospital com ferimentos que as investigações indicam ter sido causados no tiroteio. Ele é acusado de ter manuseado a metralhadora antiaérea utilizada para romper a blindagem do veículo conduzido por Rafaat.
Após a morte do narcotraficante cujo apelido era Rei da Fronteira, facções criminosas do Brasil teriam passado a comandar o tráfico de armas e drogas na região, segundo divulgado pelas autoridades paraguaias. Novas execuções ocorreram desde então, parte das quais supostamente relacionadas a essas mudanças entre o alto comando do crime organziado na fronteira.