Participantes de uma audiência na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados apontaram a gestão do trânsito nos municípios como principal desafio para reduzir pela metade as mortes por acidentes no Brasil, por grupo de 100 mil habitantes, até 2028.
A meta está prevista no Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Lei 13.614/18), que virou lei em janeiro deste ano e foi discutido nesta terça-feira (4) a pedido do deputado Hugo Leal (PSD-RJ). Em 2015, segundo o Ministério da Saúde, 37 mil pessoas morreram em decorrência de acidentes de trânsito no Brasil.
O problema apontado é que a maioria dos acidentes no País acontece nos municípios, onde há excesso de motocicletas e pouca sinalização e, muitas vezes, falta um gestor específico de trânsito.
“No Brasil, mais de 3,5 mil municípios não têm gestão alguma, não têm uma pessoa com quem a gente possa chegar lá e discutir trânsito”, lamentou o presidente do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Trânsito (Focotran), Horácio Mello. “Todos sabem da dificuldade de implantar um plano quando não se cuida da base”, disse.
Na avaliação do observador do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) Jorge Tiago Bastos, os municípios não têm capacidade de incorporar as metas. Por isso, ele sugere que os estados identifiquem aqueles que querem mudar.