ex-primeira-ministra tailandesa Yingluck Shinawatra, foragida desde agosto para evitar um julgamento que considera político, foi condenada nesta quarta-feira (27) a cinco anos de prisão à revelia, anunciou um juiz da Corte Suprema. Ela foi considerada culpada por ter agido com negligência na adoção de um programa de subsídio de arroz.
“A Corte considerou a acusada culpada e a condenou a cinco anos de prisão”, afirmou o juiz, segundo a France Presse.
Yingluck, de 50 anos, estava em liberdade condicional desde maio de 2015. Em agosto, ela deixou o país quando o tribunal estava prestes a divulgar um veredito de um julgamento de dois anos sobre negligência na adoção dos subsídios agrícolas. Em 25 de agosto, sua advogada disse que a ex-premiê estava doente e solicitou o adiamento da divulgação da sentença. Porém, uma fonte do seu partido, que não foi identificada, chegou a dizer à CNN que ela estava em Dubai.
Yingluck Shinawatra deixou o poder depois de um golpe de Estado em 2014. Ela sempre afirmou que não pretendia fugir do país, como fez seu irmão Thaksin. Ele, que também é ex-primeiro-ministro, partiu para o exílio em 2008 depois de ter sido condenado a dois anos de prisão por corrupção.
Ao longo do processo, ela se declarou inocente das acusações e se considerou vítima de um “sutil jogo político” para afastar sua família do governo.
Processo
O programa que acabou levando Yingluck a ser condenada contemplava a compra de arroz dos produtores nas zonas rurais, base eleitoral dos Shinawatra, a um preço superior ao de mercado.
A ex-premiê alega que esta foi uma ajuda necessária para os mais pobres, que historicamente recebem pouco apoio do governo.
Uma condenação de Yingluck representa uma gigantesca derrota para a poderosa família Shinawatra, que venceu todas as eleições nacionais desde 2001 e permaneceu no cenário político, apesar de golpes de Estado, protestos violentos com mortos e processos judiciais.