Fiocruz detecta vírus zika com potencial de infecção em saliva e urina
Detecção não significa que a transmissão por esses fluidos está comprovada.
Mais estudos são necessários para entender melhor se ocorre transmissão.
O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, disse nesta sexta-feira (5), no Rio, que o zika vírus foi encontrado de forma ativa na urina e na saliva. A descoberta foi feita a partir da análise de amostras de dois pacientes com sintomas compatíveis com o vírus zika.
Segundo Gadelha, isso “muda o patamar e a forma que estamos tendo que desdobrar as pesquisas”. No entanto,”o significado dessa descoberta na transmissão ainda deve ser esclarecido”.
Os cientistas observaram que o material coletado nas amostras dos pacientes – além de conter a presença do vírus zika, confirmada pelos chamados testes PCR – também foi capaz de provocar danos em células em testes de laboratório.
Isso comprova a atividade viral, segundo os cientistas. Ainda assim, pesquisas aprofundadas serão necessárias para comprovar se necessariamente haverá infecção através de fluidos.
“O fato de haver um vírus ativo com capacidade de infecção na urina e na saliva não é uma comprovação ainda, nem significa que necessariamente o será, que há possibilidade de infecção de outas pessoas de maneira sistemica através desses fluidos”, disse Gadelha.
“Antes, só foram encontradas partículas não infecciosas. Mas ainda é preciso pesquisar para saber se é possível que se infecte outra pessoa”, reforçou.