Marta e mais 10. A expressão atualmente não descreve fielmente a seleção brasileira feminina. Diante da Austrália, no último sábado, em Fortaleza, a responsabilidade foi distribuída e refletiu-se no placar: 3 a 1 com gols de Debinha, Raquel e Darlene. A capitã não precisou ser a atriz principal para que o grupo assegurasse o triunfo. Ela celebrou essa divisão de tarefas e ressaltou que o espírito é doar-se ao coletivo. Se precisar atuar de zagueira ou lateral não verá problema.
– A gente trabalha muito esse lado de realmente mostrar que todas têm seu devido valor dentro da equipe. Não vai ser sempre que a Marta que vai fazer o gol, mas participando de alguma maneira, buscando sempre o objetivo que é a vitória. Isso que é importante. A gente não está aqui para consagrar um ou outro atleta. Estamos aqui para consagrar uma equipe, um trabalho que está sendo feito com bastante vontade. É isso que a gente vem buscando. Se tiver que correr, jogar de zagueira ou lateral vai jogar independente da posição. Tudo é sempre buscando o melhor para a equipe – afirmou Marta ao GloboEsporte.com.
Vadão afirmou que objetivo é não sobrecarregar Marta para que ela não tenha a obrigação de jogar sempre em alta performance. O treinador colocou que a seleção não é o “time da Marta”, mas sim de todas igualmente. Ele ainda enalteceu a formação com Bia e Cristiane na frente, dando mais força no confronto diante das adversárias.
– O que nós estamos tentando construir é exatamente isso. Para que não sobrecarregue a Marta. A Marta não é obrigada a jogar todos os jogos como melhor e decidir os jogos para o Brasil. Se não não é seleção brasileira. É o time da Marta porque vai jogar toda responsabilidade nela. Acho que a coisa está indo bem, está caminhando bem. No sábado experimentamos uma formação diferente colocando duas atletas na frente, Bia e Cristiane. A gente não tinha feito isso ainda porque a Bia se machucou e só chegou agora. Neste sábado, foi a única oportunidade que tivemos. Gostei, com essa força, elas podem dar essa qualidade. Já a Raquel é completamente diferente. A Raquel é uma jogadora inteligente para infiltrar. Tanto é que toda infiltração dela, ela sai livre. Fez um belo gol não pelo gesto técnico, mas pela qualidade dela. Ela tem essa movimentação diferente da Bia e Cris que são jogadoras de força e velocidade, de chocar e trombar. Estamos com um elenco bem distribuído com o número reduzido de 18 que tivemos.
A seleção brasileira ingressou na vila olímpica no domingo depois de chegar do Ceará, onde enfrentou a Austrália. Nesta segunda-feira, a equipe treina a partir das 16h. A estreia nos Jogos é dia 3 de agosto diante da China. Dia 6, a Suécia é a adversária. A África do Sul é a última rival da primeira fase, no dia 9. O GloboEsporte.com acompanha os confrontos em tempo real.