Na pandemia, ciência é alvo de descrédito por parte da população

Após meses de avanço do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, as orientações da ciência em relação à pandemia continuam as mesmas: higiene constante, uso de máscara e distanciamento social. Sem um consenso em relação ao medicamento ideal ou uma vacina pronta para o uso, a prevenção acaba sendo a melhor saída, mas nem sempre a adotada pela população.

Mesmo com o uso obrigatório de máscara, passível de multa, a população em Campo Grande continua desrespeitando o decreto. Basta uma rápida visita a alguns bairros para perceber a movimentação em bares, restaurantes e a adoção parcial de materiais de proteção. Mas, se a ciência aconselha, por que a recusa de alguns em seguir o protocolo?

A pergunta-chave do comportamento da população na pandemia é justificada de diferentes formas pela própria ciência, que aponta a disseminação das fake news, o desconhecimento do processo científico e até mesmo o “jeitinho brasileiro” como os culpados pelo comportamento nada exemplar no combate ao vírus.

De acordo com uma pesquisa publicada em 2019 pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), os médicos e cientistas de universidades e institutos públicos de pesquisa estão entre os profissionais que mais despertam confiança entre a população. Os jornalistas também aparecem como fontes de informação confiável em médio grau, enquanto os políticos, artistas e militares surgem com baixa ou nenhuma confiança por parte da população.