Secretário de Segurança Pública no Rio de Janeiro, um estado que sofre diretamente com as ações do tráfico de drogas, armas e munições, bem como com os crimes delas decorrentes, José Mariano Beltrame advertiu que a questão da segurança nas fronteiras, especialmente com a Bolívia e o Paraguai, deve ser vista como uma prioridade pelo governo federal. Hoje, a fragilidade do controle policial nas fronteiras secas do Mato Grosso do Sul, faz do Estado a porta de entrada e corredor de grandes volumes de cocaína boliviana e maconha paraguaia que chegam ao morros do Rio, tráfico esse fortalecido pela “venda casada” de fuzis, pistolas e munições que abastecem as facções criminosas cariocas.
Na prática, com a fronteira escancarada como se encontra, traficantes bolivianos continuam entupindo o Brasil de cocaína, despejando no País volumes cada vez maiores do entorpecente, que na maioria das vezes vêm acompanhados de armas, principalmente fuzis. De um modo geral, a linha fronteiriça, a partir de Corumbá, continua sendo o ponto mais sensível, uma porteira aberta aos narcotraficantes e por onde passam não só as pequenas remessas por automóveis ou ônibus, mas também os grandes carregamentos, geralmente escondidos em cargas de madeira, minério e caminhões-tanques.
Apesar desse quadro, ainda é deficiente a atuação tanto da Polícia Federal quanto da Polícia Rodoviária Federal, que têm efetivo defasado e equipamentos obsoletos para uma barreira de contenção efetiva.
Para fugir da já fraca fiscalização, há situações em que o entorpecente é distribuído pelo Rio Paraguai e depois pelo Rio Taquari, saindo em Coxim, de onde prossegue por terra até os grandes centros. Com isso, os traficantes fogem da fiscalização terrestre, principalmente na fronteira seca com a Bolívia e na BR-262.
*A reportagem completa está na edição de hoje do jornal Correio do Estado.