União quer ativar núcleo de combate a crimes na fronteira ainda este ano

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou ao governador Reinaldo Azambuja(PSDB) que pretende ativar em dezembro, o núcleo de inteligência para combater crimes de fronteira. O local funcionará em Campo Grande, na mansão luxuosa onde vivia o traficante Odir Fernando dos Santos Corrêa, preso durante a operação Nevada.

“Ele [ministro] delegou as tratativas ao secretário nacional de Segurança Pública, Celso Perioli, que já ligou para o secretário estadual de Segurança Pública, José Carlos Barbosa, o Barbosinha”, disse o chefe do Executivo de Mato Grosso do Sul durante o 5° Circuito de Caminhadas do Servidor, realizado no Parque dos Poderes.

A cedência do imóvel foi feita pelo juiz federal Odilon de Oliveira em agosto. O pedido recebeu aval do MPF (Ministério Público Federal).

Núcleos semelhantes devem ser instalados no Paraná, Mato Grosso, São Paulo e Rio de Janeiro, todos bancados pela União.

A equipe que atuará na central será composta por dez policiais militares, dez policiais civis, dez policiais federais e seis policiais rodoviários federais, totalizando 36 pessoas trabalhando para ao menos reduzir a entrada de entorpecentes e armas no país por Mato Grosso do Sul.

Reforço – Reinaldo contou ainda que o Governo Federal anunciou a realocação de 5,5 mil agentes da Força Nacional que estavam na reserva para aumentar o efetivo. Com o acréscimo, a corporação passará de 1,5 mil para sete mil homens e mulheres.

“É o reforço que terá para ajudar na questão da fronteira. Eles vão criar um apoio aos estados para que eles possam aumentar também seu efetivo com policiais militares e policiais rodoviários estaduais e dar apoio com a presença desse policial em áreas de fronteira”, afirma o governador.

Conflito agrário – O ministro da Justiça também falou com Azambuja sobre o conflito indígena e disse que deve encaminhar em dezembro ao presidente Michel Temer (PMDB), proposta para regulamentar a demarcação de terras indígenas.

Desde 2013 o Governo Federal levanta a possibilidade de comprar fazendas para entregá-las às tribos, mas a medida não sai do papel.

Essa ideia começou a ser ventilada após a morte de um índio durante reintegração de posse em Sidrolândia, a 71 quilômetros da Capital. As negociações emperraram na definição dos valores, já que os donos consideram pouco a quantia oferecida pelas propriedades.