A Justiça ouviu, nesta quarta-feira (5), seis testemunhas e uma das vítimas que estavam na caminhonete com o empresário Adriano Corrêa, morto a tiros pelo policial rodoviário federal Ricardo Su Moon. O crime foi no dia 31 de dezembro de 2016, na avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande. O réu acompanhou os depoimentos e ficou o tempo todo de cabeça baixa.
Agnaldo Espinosa era passageiro da caminhonete dirigida por Adriano Corrêa. Em depoimento à 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, ele reafirmou a versão que deu à Polícia Civil na fase de investigação e ressaltou que o policial estava transtornado.
Espinosa confirmou que esteve com Adriano, o enteado e outros amigos em um bar horas antes de irem para a boate e confirma também a ingestão de álcool pelos três. Ele disse também que, depois da fechada ao carro do policial, o empresário pediu desculpas.
“O Adriano invadiu mesmo a pista do meio e o policial buzinou e já começou a xingar, chamou a gente de bêbado e vagabundo e falou que ia prender a gente […] Ele se mostrava irritado pela fechada e pelo jeito que nós estávamos, mas não fizemos nada que justificasse os tiros”, reafirmou em juízo.
Agnaldo também afirmou que o empresário não avançou com a caminhonete na direção do policial. “Depois dos dois primeiros tiros, o Adriano foi atingido e foi caindo de lado e a caminhonete, como é hidramática, só tem dois pedais, foi pra frente, encostou no policial e só arrancou depois dos tiros, arrancou sem direção, quase sem motorista, porque o Adriano já estava morto”, afirmou a vítima.