10/12/2015 05h00 – Atualizado em 10/12/2015 08h47
Zika pode ser transmitido por leite ou sêmen? Veja o que a ciência já sabe
Vírus já foi encontrado em leite materno, mas não há relato de contágio.
Médica Rosana Richtman fala em vídeo sobre zika no leite e no sêmen.
Mariana LenharoDo G1, em São Paulo

O zika vírus, que já foi identificado em 18 estados brasileiros e está associado ao aumento de casos de microcefalia no país, é transmitido da mesma forma que a dengue: pela picada do mosquito Aedes aegypti.
A Fiocruz e o Ministério da Saúde desmentiram um boato que passou a circular nas redes sociais sobre o zika vírus, como informou o Jornal Nacional. A gravação diz que o vírus afetaria crianças e idosos. “Isso não é verdade. Não existe evidência científica que possa correlacionar o vírus zika com comprometimento nervoso em crianças menores de 7 anos e com idosos”, afirma Rodrigo Stabeli, vice-presiente de pesquisa e laboratório da Fiocruz.
Mas há a possibilidade de o vírus ser transmitido por outros meios? Veja o que a ciência já sabe sobre a possibilidade de transmissão do vírus zika por leite materno, por relações sexuais e por transfusão de sangue.Leite materno
Um estudo publicado em abril de 2014 na revista médica “Eurosurveillance” relata que amostras de leite materno de duas mães da Polinésia Francesa que tiveram o zika vírus foram testadas e revelaram a presença do vírus.
O estudo destaca, porém, que o fato de o zika vírus replicante não ter sido encontrado nas amostras torna a transmissão por essa via improvável.O coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano do Instituto Fernandes Figueira (IFF) da Fiocruz, João Aprígio, observa que a presença do vírus no leite materno não significa que ele possa infectar o bebê. Até o momento, não existem evidências concretas de que a amamentação seja um meio de transmissão. “À luz dos conhecimentos científicos, não existe contraindicação para que se amamente”, diz Aprígio.
Sêmen
Um estudo publicado na revista científica “Emerging Infectious Diseases” em maio de 2011 relata o caso de um cientista americano que, ao voltar do Senegal para os EUA em 2008, quando o país africano era acometido por surto do zika vírus, desenvolveu os sintomas da infecção já em casa, no estado do Colorado. O fato de sua mulher, que não saíra dos EUA, também ter sido infectada pelo zika foi interpretado pelos pesquisadores como um indício de uma possível transmissão sexual, pelo sêmen, do vírus.